sábado, 16 de julho de 2011

Os deputados que mais gastaram em 2011

Levantamento do UOL Notícias mostra quais foram os deputados que mais gastaram suas cotas parlamentares durante o primeiro semestre de 2011.


O que mais me desagrada é que é tudo dentro do permitido. Não há nenhuma ilegalidade nessa farra do dinheiro público. 

O maior inimigo do governo é ele próprio. Não adianta dizer que existam maus caráter, pois se você já entra na máquina administrativa com toda essas regalias e privilégios. Como se fosse pouco, ainda há quem vorazmente se lance a mirabolantes falcatruas para abocanhar mais e mais fatias de nosso suado dinheiro. 

Como fede tudo isso. 

Parasitas ! Todo os 3 poderes estendem sobre nós tentáculos maléficos, os quais estabelecem uma simbiose na economia nacional. 
Neste grande circo de apadrinhados, afilhados, concubinas, etc. Estamos todos ligados direta ou indiretamente a esse estrupo moral e financeiro. Somos açoitados fiscalmente. Rangemos os dentre e o chicote retira brutalmente lascas de nossos contra-cheques. Felizes os alheios a esses truques e enganações que sustentam instituições falidas e gordas. Taxam tudo e já nascemos devendo. Nada funciona ! Minto.... funciona a estrutura palaciana que os sustentam nessa orgia monetária aos custos de nossos dotes. 



Fábio Carvalho

O que é arroz parboilizado?

Embrapa informa
 
O que é arroz parboilizado?



A palavra parboilizado teve origem na adaptação do termo inglês parboiled, proveniente da aglutinação de partial + boiled, ou seja, "parcialmente fervido".
Não se trata de arroz parafinado, ou colado, como muitos pensam. O processo de parboilização baseia-se no tratamento hidrotérmico a que é submetido o arroz em casca, pela ação tão somente da água e do calor, sem qualquer agente químico.
A parboilização é realizada através de três operações básicas:
1. Encharcamento: o arroz em casca é colocado em tanques com água quente por algumas horas. Neste processo, as vitaminas e sais minerais que se encontram na película e germe, penetram no grão à medida que este  absorve a água.
2. Gelatinização: Processo Autoclave - o arroz úmido é submetido a uma temperatura mais elevada sob pressão de vapor, ocorrendo uma alteração na estrutura do amido. Nesta etapa, o grão fica mais compacto e as vitaminas e sais minerais são fixados em seu interior.
3. Secagem: O arroz é secado para posterior descascamento, polimento e seleção.
Suas vantagens são:
- Rico em vitaminas e sais minerais, devido ao processo de parboilização;
- Quando cozido, fica sempre soltinho
- Rende mais na panela;
- Requer menos óleo no cozimento;
- Pode ser reaquecido diversas vezes, mantendo suas propriedades;
- Alto grau de higiene no processo de industrialização;
- Conserva-se por mais tempo;
- Não usa produtos químicos.
Detalhe:
O Brasil detém a tecnologia de parboilização mais avançada do mundo!

Erich von Däniken: "O mundo não acaba em 2012".

  12. Julho 2011 - 15:47

Erich von Däniken: "O mundo não acaba em 2012"

Por Alexander Thoeleswissinfo.ch

O retorno prometido de extraterrestres em 23 de dezembro de 2012?

O escritor e ufólogo suíço Erich von Däniken fala sobre esse outros mistérios em entrevista exclusiva àswissinfo.ch  e revela que, em breve, sua obra será filmada por Hollywood em uma trilogia em 3-D, com um ex-James Bond no papel principal. Ao receber o jornalista da swissinfo.ch no JungfrauPark em Interlaken, nos Alpes bernenses, um parque temático inspirado no seu trabalho, Erich von Däniken dava uma palestra a um pequeno grupo de vinte pessoas, uma das suas atividades preferidas. Apesar dos 76 anos, ele ainda mostra um vigor excepcional e nem abdica dos cigarros.

swissinfo.ch: Como célebre pesquisador de astronautas antigos, o senhor é conhecido mundialmente. Nessa idade, o que lhe motiva a continuar a trabalhar?

Erich von Däniken: O que me impulsiona é a curiosidade. Pode ser que tenha escrito muitos livros e trazido bastantes indícios, mas não tenho ainda nenhuma prova objetiva disso. Nunca encontrei algum objeto originado de uma civilização extraterrestre, mas em algum lugar ele deve estar. Seria bonito se alguém - não precisa ser o Erich von Däniken - encontrar essa prova objetiva.

swissinfo.ch: Em uma antiga entrevista, o senhor declarou ter dois sonhos: encontrar uma cápsula do tempo e cruzar com um disco voador. Falta muito ainda?

E.v.D.: A cápsula do tempo seria a prova exata da existência de extraterrestres. Eu acredito que ela foi deixada há milhares de anos para guardar uma mensagem. E nós é que precisamos encontrá-la. Mas antes disso precisamos procurar e ter as questões: o que estamos procurando? Eu não estou só nessa procura: existem outros também.Quanto aos Óvnis, nunca vi algum. Porém adoraria ter essa experiência que parece ter ocorrido com outras pessoas. Gostaria de me comunicar com eles e perguntá-los se já estiveram aqui no planeta milhares de anos atrás. Se outros conhecidos deles já vieram e por quê? Também gostaria de saber como começou o universo. Na astrofísica falamos do "Big Bang". Mas o que existia antes disso? Talvez os extraterrestres saibam a resposta e eu estaria satisfeito.

swissinfo.ch: Há dois anos o governo britânico divulgou seus arquivos secretos sobre Óvnis. O senhor já investigou esse material ou provas fornecidas por terceiros?

E.v.D.: Não.. O que eu recebo são quilos e quilos de fotocópias. E nelas encontro muitas vezes o carimbo "top secret" e também as indicações de quando e como. Eu leio as coisas mais malucas nessa área, dos quais muitas ocorreram há décadas. Porém o que é atual, continua sob sigilo.Eu conheço muito bem o astronauta americano Ed Mitchell. Meses atrás, estávamos sentados juntos discutindo sobre Óvnis. Apesar dele nunca ter visto um, existe o famoso caso "Roswell" (clicar no link na coluna da direita). Trata-se de uma cidade no sul dos EUA, onde em 1947 teria caído um OVNI. Ed Mitchell, que vem dessa cidade, me contou que a história realmente ocorreu. O governo americano desmente oficialmente, declarando que foi a queda de um balão ou aparelho militar. Então eu fico entre os dois lados: quem posso acreditar? Minha tendência é acreditar no Mitchell, pois já encontrei outras pessoas também dessa cidade e que estavam por lá quando o fato ocorreu

swissinfo.ch: No mundo existem potentes sistemas de radiotelescópio como na Rússia, Austrália ou em Porto Rico. O senhor acredita que os governos responsáveis nunca teriam detectado sinais de extraterrestres?

E.v.D.: Oficialmente não. A União Astronômica Internacional (IAU, na sigla em inglês) tem um subdepartamento intitulado SETI (Search for Extraterrestrial Intelligence). Os sistemas de radiotelescópios estão ligados a ele e seu objetivo é identificar esses sinais. Oficialmente até hoje nada foi detectado, nem chiados ou coisa parecida. Mas essa história tem um ponto de interrogação: os pesquisadores do SETI decidiram entre si, o que é provado por um documento oficial, que qualquer um que estiver de serviço no observatório e escutar durante algo artificial, não pode ir ao público diretamente. A exigência é que, primeiramente, uma série de grêmios compostos por representantes do governo e até da religião discutam sobre o fato até decidir se o público deve ser comunicado ou não.

swissinfo.ch: Na palestra o senhor disse que precisamos nos preparar para o primeiro contato com extraterrestres e que isso não será, necessariamente, algo de positivo para a humanidade. Por quê?

E.v.D.: Eu me ocupo de extraterrestres que já estiveram aqui há mais de mil anos. Na época eles eram prestativos. Eram como mestres, que ajudavam a humanidade. Mas quando os extraterrestres retornarem futuramente, não será possível inicialmente saber se serão os mesmos ou, sim, um grupo totalmente diferente. Mas acredito que, se uma civilização é tão adiantada na tecnologia a ponto de ser capaz de superar anos-luz, ela não será supostamente tão primitiva de utilizar métodos de faroeste e atirar contra outras formas inteligentes de vida. Não acredito que isso possa ocorrer, mas sim que serão prestativos. Porém esse contato será um choque para a humanidade.

swissinfo.ch: Pelo medo que causarão?

Temos basicamente no planeta dois grupos de pessoas. Um é religioso e aprendeu que Deus fez tudo: universo, as plantas, os animais, etc. Mas o ápice da criação divina é o ser humano. Já o outro grupo é o lado científico: eles conhecem evolução, as mutações e a seleção. Mas no ápice da espiral evolutiva está o ser humano. Nos dois casos somos os maiores, as melhores coisas que possam existir no universo. De alguma forma não queremos os extraterrestres, pois eles estariam além de nós. É um problema psicológico. Se, de fato, eles vierem, será um choque para a ciência e a religião.

swissinfo.ch: Erich von Däniken se declara crente e até que reza todas as noites. Não é uma contradição para um ufólogo.

E.v.D.: Estou convencido que, há mais de mil anos, extraterrestres estiveram no nosso planeta. Agora é preciso fazer a seguinte pergunta: de onde eles vieram? Alguns dizem que foi de outro sistema solar, mas que antes teriam viajado de outro lugar. Essa pergunta repete-se infinitamente nos últimos milhões de anos. Em algum momento chegamos ao fim dessa corrente e temos de ser mais humildes: aqui está a criação, aqui está Deus. Eu nunca perdi meu Deus. Eu sou uma das poucas pessoas que, até hoje, é extremamente crente e que ainda reza à noite. Não mais como antes. Antes rezava para a Mãe Maria. Hoje rezo para esse grandioso espírito da criação, para o que não conseguimos compreender e analisar. Mas a nossa compreensão nos diz que no início está Deus. Isso a gente não perde ao se ocupar com extraterrestres.

swissinfo.ch: Segundo sua obra, o próximo encontro com os extraterrestres seria em 23 de dezembro de 2012. Isso é verdade?

E.v.D.: Os Maias nos deram uma data: 23 de dezembro de 2012. Além disso, existem os livros maias de Chilam Balam escritos no século 18. Também existem as ruínas maias como Tortuguero, no México. Lá se veem as ruínas de uma pirâmide e, na base, uma inscrição lapidada na pedra. E ao ser decifrada pelos especialistas, ela revela que Bolon Yokte, um deus maia responsável pela criação do planeta, irá descer um dia do céu. Mais embaixo se vê uma data em hieróglifos maias, também decifrada pelos especialistas. Ela dá o dia de 23 de dezembro de 2012.Assim temos, de fato, nos maias uma data e um nome, que também podem ser encontrados em outros documentos do passado como no Primeiro Livro de Enoque. Mas é preciso dizer que essa data não é correta, pois calculamos de forma errada. A base é o nosso calendário cristão, mas nem os novos cristãos sabiam exatamente quando Jesus nasceu. O que posso dizer é que eles virão, já diziam nossos ntepassados.

swissinfo.ch: O senhor assistiu o filme 2012, do diretor alemão Roland Emmerich?

E.v.D.: Achei fantástico o filme, sobretudo pelos seus efeitos especiais. Mas pelo conteúdo trata-se de um monte de besteira. Nos maias não existe em lugar nenhum que o mundo vai acabar no ano de 2012. O que existe é que os deuses irão retornar nesse ano.

swissinfo.ch: É verdade que um dos seus mais conhecido livros - "Eram os Deuses Astronautas?" - será filmado em uma trilogia em 3-D em Hollywood? 

E.v.D.: Não se trata do meu primeiro livro (n.r.: lançado em 1968), mas dos temas de Erich von Däniken. O planejado é inicialmente filmar um livro e lançá-lo na primavera de 2013. É um projeto que deve custar 200 milhões de dólares. O ator principal será o Roger Moore (n.r.: ex-James Bond), que encontrei há pouco em Mônaco. Eu até já li o roteiro do filme, mas ressalta que não será um documentário, mas sim um filme de fantasia. Mas ele será tão bem feito, que aqueles que estiveram no nosso planeta há mil anos estarão presentes e também o que estará à caça deles. Será uma história bem excitante, que deve terminar como uma mensagem de paz: não estamos sozinhos no universo e não temos mais razão para brigar. No passado as pessoas sempre fizeram guerras por questões religiosas ou nacionalistas, sempre por questões de teimosia. Frente à presença de extraterrestres, precisamos compreender no planeta que todos somos seres humanos, seja preto ou branco, católicos ou muçulmanos. E agora chega algo de novo sobre nós, algo que vem de fora. 

Nota da redação: leia as perguntas feitas pelos leitores.

Clique no primeiro link acima.
Alexander Thoele, swissinfo.ch  
Julio Barone Neto

Por que o brasileiro não se indigna??

Texto de Reinaldo Azevedo
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/por-que-o-brasileiro-nao-se-indigna-e-nao-vai-a-praca-protestar-contra-a-corrupcao-ensaio-uma-resposta-antes-de-alguns-dias-de-folga/


Quem não leu o texto do jornalista Juan Arias, pode encontra-lo no mesmo link acima.




13/07/2011
às 5:09

Por que o brasileiro não se indigna e não vai à praça protestar contra a corrupção? Ensaio uma resposta antes de alguns dias de folga

Juan Arias, correspondente do jornal espanhol El País no Brasil, escreveu no dia 7 um artigo indagando onde estão os indignados do Brasil. Por que não ocupam as praças para protestar contra a corrupção e os desmandos? Não saberiam os brasileiros reagir à hipocrisia e à falta de ética dos políticos? Será mesmo este um país cujo povo tem uma índole de tal sorte pacífica que se contentaria com tão pouco? Publiquei, posts abaixo, a íntegra de seu texto. Afirmei que ensaiaria uma resposta, até porque a indagação de Arias, um excelente jornalista, é procedente e toca, entendo, numa questão essencial dos dias que correm. A resposta não é simples nem linear. Há vários fatores distintos que se conjugam. Vamos lá.
Povo privatizado O “povo” não está nas ruas, meu caro Juan, porque foi privatizado pelo PT. Note que recorro àquele expediente detestável de pôr aspas na palavra “povo” para indicar que o sentido não é bem o usual, o corriqueiro, aquele de dicionário. Até porque este escriba não acredita no “povo” como ente de valor abstrato, que se materializa na massa na rua. Eu acredito em “povos” dentro de um povo, em correntes de opinião, em militância, em grupos organizados — e pouco importa se o que os mobiliza é o Facebook, o Twitter, o megafone ou o sino de uma igreja. Não existe movimento popular espontâneo. Essa é uma das tolices da esquerda de matriz anarquista, que o bolchevismo e o fascismo se encarregaram de desmoralizar a seu tempo. O “povo na rua” será sempre o “povo na rua mobilizado por alguém”. Numa anotação à margem: é isso o que me faz ver com reserva crítica — o que não quer dizer necessariamente “desagrado” — a dita “Primavera Árabe”. Alguém convoca os “povos”.
No Brasil, as esquerdas, os petistas em particular, desde a redemocratização, têm uma espécie de monopólio da praça. Disse Castro Alves: “A praça é do povo como o céu é do condor”. Disse Caetano Veloso: “A praça é do povo como o céu é do avião” (era um otimista; acreditava na modernização do Bananão). Disse Lula: “A praça é do povo como o povo é do PT”. Sim, responderei ao longo do texto por que os não-petistas não vão às ruas quase nunca. Um minutinho. Seguindo.
O “povo” não está nas ruas, meu caro Juan Arias, porque o PT compra, por exemplo, o MST com o dinheiro que repassa a suas entidades não exatamente para fazer reforma agrária, mas para manter ativo o próprio aparelho político — às vezes crítico ao governo, mas sempre unido numa disputa eleitoral. Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Haddad, ministro da Educação e candidato in pectore do Apedeuta à Prefeitura de São Paulo, estarão neste 13 de julho no 52º Congresso da UNE. Os míticos estudantes não estão nas ruas porque empenhados em seus protestos a favor. Você tem ciência, meu caro Juan, de algum outro país do mundo em que se fazem protestos a favor do governo? Talvez na Espanha fascista que seus pais conheceram, felizmente vencida pela democracia. Certamente na Cuba comuno-fascistóide dos irmãos Castro e na tirania síria. E no Brasil. Por quê?
Porque a UNE é hoje uma repartição pública alimentada com milhões de reais pelo lulo-petismo. Foi comprada pelo governo por quase R$ 50 milhões. Nesse período, esses patriotas, meu caro Juan, se mobilizaram, por exemplo, contra o “Provão”, depois chamado de Enade, o exame que avalia a qualidade das universidades, mas não moveram um palha contra o esbulho que significa, NA FORMA COMO EXISTE, o ProUni, um programa que já transferiu bilhões às mantenedoras privadas de ensino, sem que exista a exigência da qualidade. Não se esqueça de que a UNE, durante o mensalão, foi uma das entidades que protestaram contra o que a canalha chamou “golpe da mídia”. Vale dizer: a entidade saiu em defesa de Delúbio Soares, de José Dirceu, de Marcos Valério e companhia. Um de seus ex-presidentes e então um dos líderes das manifestações que resultaram na queda de Fernando Collor é hoje senador pelo PT do Rio e defensor estridente dos malfeitos do PT. Apontá-los, segundo o agora conservador Lindbergh Farias, é coisa de conspiração da “elites”. Os antigos caras-pintadas têm hoje é a cara suja; os antigos caras-pintadas se converteram em verdadeiros caras-de-pau.
Centrais sindicaisO que alguns chamam “povo”, Juan, chegaram, sim, a protestar em passado nem tão distante, no governo FHC. Lá estava, por exemplo, a sempre vigilante CUT. Foi à rua contra o Plano Real. E o Plano Real era uma coisa boa. Foi à rua contra a Lei de Responsabilidade Fiscal. E a Lei de Responsabilidade Fiscal era uma coisa boa. Foi à rua contra as privatizações. E as privatizações eram uma coisa boa.  Saiba, Juan, que o PT votou contra até o Fundef, que era um fundo que destinava mais recursos ao ensino fundamental. E onde estão hoje a CUT e as demais centrais sindicais?
Penduradas no poder. Boa parte dos quadros dos governos Lula e Dilma vem do sindicalismo — inclusive o ministro que é âncora dupla da atual gestão: Paulo Bernardo (Comunicações), casado com Gleisi Hoffmann (Casa Civil). O indecoroso Imposto Sindical, cobrado compulsoriamente dos trabalhadores, sejam sindicalizados ou não, alimenta as entidades sindicais e as centrais, que não são obrigadas a prestar contas dos milhões que recebem por ano. Lula vetou o expediente legal que as obrigava a submeter esses gastos ao Tribunal de Contas da União. Os valentes afirmaram, e o Apedeuta concordou, que isso feria a autonomia das entidades, que não se lembraram, no entanto, de serem autônomas na hora de receber dinheiro de um imposto.
Há um pouco mais, Juan. Nas centrais, especialmente na CUT, os sindicatos dos empregados das estatais têm um peso fundamental, e eles são hoje os donos e gestores dos bilionários fundos de pensão manipulados pelo governo para encabrestar o capital privado ou se associar a ele — sempre depende do grau de rebeldia ou de “bonomia”do empresariado.
O MST, A UNE E OS SINDICATOS NÃO ESTÃO NAS RUAS CONTRA A CORRUPÇÃO, MEU CARO JUAN, PORQUE SÃO SÓCIOS MUITO BEM-REMUNERADOS DESSA CORRUPÇÃO. E fornecem, se necessário, a mão-de-obra para o serviço sujo em favor do governo e do PT. NÃO SE ESQUEÇA DE QUE A CÚPULA DOS ALOPRADOS PERTENCIA TODA ELA À CUT. Não se esqueça de que Delúbio Soares, o próprio, veio da… CUT!
Isso explica tudo? Ou: “Os Valores”Ainda não!
Ao longo dos quase nove anos de poder petista, Juan, a sociedade brasileira ficou mais fraca, e o estado ficou mais forte; não foi ela que o tornou mais transparente; foi ele que a tornou mais opaca. Em vez de se aperfeiçoarem os mecanismos de controle desse estado, foi esse estado que encabrestou entidades da sociedade civil, engajando-as em sua pauta. Até a antes sempre vigilante Ordem dos Advogados do Brasil flerta freqüentemente com o mau direito — e o STF não menos — em nome do “progresso”. O petismo fez das agências reguladoras meras repartições partidárias, destruindo-lhes o caráter.
Enfraqueceram-se enormemente os fundamentos de uma sociedade aberta, democrática, plural. Em nome da diversidade, da igualdade e do pluralismo, busca-se liquidar o debate. A Marcha para Jesus, citada por você, à diferença do que querem muitos, é uma das poucas expressões do país plural que existe de fato, mas que parece não existir, por exemplo, na imprensa. À diferença do que pretendem muitos, os evangélicos são um fator de progresso do Brasil — se aceitarmos, então, que a diversidade é um valor a ser preservado.
Por que digo isso? Olhe para a sua Espanha, Juan, tão saudavelmente dividida, vá lá, entre “progressistas” e “conservadores” — para usar duas palavras bastante genéricas —, entre aqueles mais à esquerda e aqueles mais à direita, entre os que falam em nome de uma herança socialista e mais intervencionista, e os que se pronunciam em favor do liberalismo e do individualismo. Assim é, você há de convir, em todo o mundo democrático.
Veja que coisa, meu caro: você conhece alguma grande democracia do mundo que, à moda brasileira, só congregue partidos que falam uma linguagem de esquerda? Pouco importa, Juan, se sabem direito o que dizem e são ou não sinceros em sua convicção. O que é relevante é o fato de que, no fim das contas, todos convergem com uma mesma escolha: mais estado e menos indivíduo; mais controle e menos liberdade individual. Como pode, meu caro Juan, o principal partido de oposição no Brasil pensar, no fim das contas, que o problema do PT é de gestão, não de valores? Você consegue se lembrar, insisto, de alguma grande democracia do mundo em que a palavra “direita” virou sinônimo de palavrão? Nem na Espanha que superou décadas de franquismo.
Imprensa
Se você não conhece democracia como a nossa, Juan, sabe que, com as exceções que confirmam a regra, também não há imprensa como a nossa no mundo democrático no que concerne aos valores ideológicos. Vivemos sob uma quase ditadura de opinião. Não que ela deixe de noticiar os desmandos — dois ministros do governo Dilma caíram, é bom deixar claro, porque o jornalismo fez o seu trabalho. Mas lembre-se: nesta parte do texto, trato de valores.
Tome como exemplo o Código Florestal. Um dia você conte em seu jornal que o Brasil tem 851 milhões de hectares. Apenas 27% são ocupados pela agricultura e pela pecuária; 0,2% estão com as cidades e com as obras de infra-estrutura. A agricultura ocupa 59,8 milhões (7% do total); as terras indígenas, 107,6 milhões (12,6%). Que país construiu a agropecuária mais competitiva do mundo e abrigou 200 milhões de pessoas em apenas 27,2% de seu território, incluindo aí todas as obras de infra-estrutura? Tais números, no entanto — do IBGE, do Ibama, do Incra e da Funai — são omitidos dos leitores (e do mundo) em nome da causa!
A crítica na imprensa foi esmagada pelo engajamento; não se formam nem se alimentam valores de contestação ao statu quo — que hoje, ora veja!, é petista. Por quê? Porque a imprensa de viés realmente liberal é minoritária no Brasil. Dá-se enorme visibilidade aos movimentos de esquerdistas, mas se ignoram as manifestações em favor do estado de direito e da legalidade. Curiosamente, somos, sim, um dos países mais desiguais do mundo, que está se tornando especialista em formar líderes que lutam… contra a desigualdade. Entendeu a ironia?
Quem vai à rua?Ora, Juan, quem vai, então, à rua? Os esquerdistas estão se fartando na lambança do governismo, e aqueles que não comungam de suas idéias e que lastimam a corrupção e os desmandos praticamente inexistem para a opinião pública. Quando se manifestam, são tratados como párias. Ou não é verdade que a imprensa trata com entusiasmo os milhões da parada gay, mas com evidente descaso a marcha dos evangélicos? A simples movimentação de algumas lideranças de um bairro de classe média para discutir a localização de uma estação de metro é tratada por boa parte da imprensa como um movimento contra o… “povo”.
As esquerdas dos chamados movimentos sociais estão, sim, engajadas, mas em defender o governo e seus malfeitos. Afirmam abertamente que tudo não passa de uma conspiração contra os movimentos populares. As esquerdas infiltradas na imprensa demonizam toda e qualquer reação de caráter legalista — ou que não comungue de seus valores ditos “progressistas” — como expressão não de um pensamento diferente, divergente, mas como manifestação de atraso.
Descrevi, meu caro Juan, o que vejo. Isso tem de ser necessariamente assim? Acho que não! A quem cabe, então, organizar a reação contra a passividade e a naturalização do escândalo, na qual se empenha hoje o PT? Essa indagação merecerá resposta num outro texto, que este já vai longe. Fica para depois do meu descanso.
Do seu colega brasileiro Reinaldo Azevedo.
Por Reinaldo Azevedo

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